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Apesar de a Homify 360º se dedicar à apresentação dos mais variados projetos de habitação, muitas vezes são os elementos que complementam estes espaços que acabam por os qualificar. As piscinas são, sem dúvida, um exemplo deste tipo de detalhes capazes de modificar totalmente um projeto.
Foi preconizando esta capacidade de transformar um espaço através da integração de novas funções, que o arquitecto Nelson Resende desenhou uma piscina interior para uma habitação desfragmentada na região central do nosso país. Venha connosco e fique a conhecer uma solução inesperada para um contexto desafiante.
Aproveitei e fique a conhecer mais obras deste arquitecto aqui.
Situado na cidade de Ovar, no distrito de Aveiro, antiga terra de pescadores e comerciantes de sal, o local intervencionado é rodeado por uma paisagem interessante e um clima agradável. A construção existente no lugar era composta por uma habitação unifamiliar e um edifício anexo que além de apresentarem uma linguagem arquitectónica desinteressante, relacionavam-se através de uma ligação mal desenhada.
Apesar do programa da intervenção propor apenas a criação de um novo edifício capaz de albergar uma piscina interior, a equipa liderada pelo arquitecto Nelson Resende procurou ir um pouco mais além. Sendo assim, este novo elemento foi desenhado como espaço de charneira, estabelecendo um novo diálogo entre os dois edifícios existentes.
Dadas as premissas estabelecidas pelo cliente e pelos arquitectos, o trabalho acabou por se desenvolver segundo três princípios fundamentais. Em primeiro lugar criar um movimento global entre os três edifícios mais harmonioso, desenhando um pátio de ligação entre os vários espaços. Em segundo, a materialização de uma nova linguagem para a área da piscina sem criar contrastes dramáticos com a arquitectura existente. E finalmente, a procura de uma escala adequada para esta nova área de modo a integrar o programa necessário e novos locais de circulação e permanência.
O novo edifício foi implantado numa lógica de continuidade espacial com a arquitectura existente, assumindo uma forma simples e regular com planta rectangular. O revestimento num tom mais orgânico acaba por ser harmonizar com a paisagem envolvente, equilibrando o seu desenho em linhas mais contemporâneas. A relação entre as construções foi materializada através de uma passagem, que através da sua permeabilidade visual, desafia os limites entre interior e exterior.
A atmosfera criada no interior deste novo espaço é de cortar a respiração. Desde as grandes janelas que inundam o espaço com luz à presença do branco minimalista que amplifica os espaços, os arquitectos desenvolveram um trabalho excepcional. A piscina, como elemento central da intervenção, quebra a monotonia da arquitectura contemporânea que caracteriza o volume.
A qualidade desta intervenção reside na vontade dos arquitectos de ultrapassar o programa selecionado pelo cliente. Além da criação de uma piscina interior extremamente agradável, o projeto procurou resolver os problemas existentes nos outros edifícios estabelecendo uma harmonia global. A aparente simplicidade do resultado final só pode resultar de um processo criativo muito exigente.
